Grito a palavra. A exposta e eu. Não tenho voz. Não uma que se ouça. Esteconjuntodeletrasefrasesquesaemencadeadas daminhabocacompõeumidiomaestranho. Incoerente o ser e o humano. Corro desesperada porque perdi meu silêncio. Logo ele. Saio. No mundo há zunidos incessantes, maestria de blablablas. nonononononononononononononononononononomínimo Não pode haver espaços vazios. A ordem é que sejam preenchidos. Sempre. A ausência de sons é perigosa nos dias de hoje. Precisamos fabricar conceitos, opiniões, casos, descrições, análises, gritos, música, barulho, sussurros, uivos, verbos, adjetivos. Não podemos parar. Atenção. Do contrário, corremos o risco de ser compreendidos. O vazio é muito vazio e não há o que por nele. Saiu no jornal de hoje. Trombo com uma multidão de palavras, coitadas. Desabitadas, claustrofóbicas, amontoadas, exploradas. Quero fazer a distinção! Encontrei algum silêncio que ainda não sei se é o meu. Encontrei também algumas palavras. São suas? Espaço ...