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Mostrando postagens de julho, 2007
Grito a palavra. A exposta e eu. Não tenho voz. Não uma que se ouça. Esteconjuntodeletrasefrasesquesaemencadeadas daminhabocacompõeumidiomaestranho. Incoerente o ser e o humano. Corro desesperada porque perdi meu silêncio. Logo ele. Saio. No mundo há zunidos incessantes, maestria de blablablas. nonononononononononononononononononononomínimo Não pode haver espaços vazios. A ordem é que sejam preenchidos. Sempre. A ausência de sons é perigosa nos dias de hoje. Precisamos fabricar conceitos, opiniões, casos, descrições, análises, gritos, música, barulho, sussurros, uivos, verbos, adjetivos. Não podemos parar. Atenção. Do contrário, corremos o risco de ser compreendidos. O vazio é muito vazio e não há o que por nele. Saiu no jornal de hoje. Trombo com uma multidão de palavras, coitadas. Desabitadas, claustrofóbicas, amontoadas, exploradas. Quero fazer a distinção! Encontrei algum silêncio que ainda não sei se é o meu. Encontrei também algumas palavras. São suas? Espaço ...
Vertigo Poema ilustrado concreto desarticulado pêndulo tonto louco trôpego torto anuncia rouco quer explodir. da Anna Azevedo A Anna é talentosa. Além disso, é cineasta, poetisa, guerreira destemida, inventora de histórias sensacionais, mulher do Zé José e grande amiga.
Roupa passadinha, pia limpinha Acordo a manhã Desterro Vontade de ir ao banheiro Literatura de bidê Um livro de redingote Um jornal que desfia Rosários Um buquê de tulipas carmim Botar o lixo pra fora Subverter as regras da escada Fabricar planos Inverter o desejo Passa a página que eu quero sair Tem música no meu ouvido A curva deslizou Saltou com o paralelepípedo Porrou no poste da história Corpos destroçados na cama Braços e pernas empilhados Restos desmantelados Tempestade tropical Pós brisa de verão antigo Olho pro teto e não vejo as estrelas Elas estão debaixo do lençol Fui fazer café pra você.
O excesso confunde, mas também esclarece. Eu preciso ver os contrastes.