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Mostrando postagens de novembro, 2008
flagrante um
flagrante um
LOST IN TRANSLATION minha língua rebola dentro da boca e a caçapa responde do escuro o que te procura beleza e bem estar? eu digo não às figuras, mas elas são uma linguagem e não tem absolutamente como te ver na perspectiva em que se encontram agora eu me sinto densa, andando no meio de uma gelatina tenho feito muito frio lá fora também na chuva, o que consegui, foi perceber que são doces somente os que ficam molhados pude dizer ainda que todos temos vulcões “tá bom?” “tá bom.” me desespero à procura de uma gramática que ame os flancos é uma descompostura dizer que existe a certeza
preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea
você fala sem parar e da sua boca sai uma massa dourada e metálica e pesada que se espalha na frente da sua cara e primeiro surpreende e parece até bonito, mas vai ficando feio e sério e parece um trombone sólido e sua boca fica aberta que nem a de um peixe e você espanca o vômito sólido de metal e ocupa o espaço das pessoas e você acha que encontra alguém ou alguma coisa, mas você fala sem parar e não ouve sem parar então sua palavra vômito fica confinada no espaço entre você e a próxima pessoa e a próxima coisa e você disfarça e grita mais e pensa que tudo que não é você é inadequado, insuficiente e roto e pensa que mulher é uma rachadura entre as pernas, um abismo que deve ser envolto por bastante carne justamente pra tapar o abismo, mas essa carne tem que ser boa e bela e tesa só pra você olhar e falar e tocar e quem não for assim merece seu desprezo e seu trombone e por isso você só dá atenção pra gente que tem um pino entre as pernas e pra você o pino é bom e o abismo é o vazio e