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Mostrando postagens de abril, 2008
ah se as luzes fossem loiras e os carros de botão se o sol incendiasse afagos e eu andasse em círculos concêntricos se todos fossem menos e tudo fosse mais seriam assim os giros duplos e as crianças propagadas? será talvez um pouco de muito ou quem sabe o resto de alguma coisa que ainda assim não deixa de ser?
quero escrever uma história doce em meio ao lixo ao pântano a pedra ao inferno pra começar tenho quatro unhas reticentes fincadas numa pele pra continuar expulsei de mim a pele e sou toda extensão eu também choro freqüentemente sem motivo mentira, eu choro freqüentemente por motivos bobos e idiotas as pessoas que choram costumam fazer isso tem unhas que eu uso pra comer, beber, fazer carinho, cozinhar e acenar a história que eu quero contar é sobre motivos bobos e idiotas eu sou uma idiota tentando escrever, tentando viver eu quero viver e escrever sobre a vida boba das plantas que nascem do pântano eu quero nascer do lixo ou da pedra eu quero uma história eu quero ser doce o inferno é uma lesma e se move devagar
independente das questões elas aparecem e eu fui mesmo sem trazer comigo a volta foi aí que desapareceram os motivos totalmente embrulhados na visão dos copos cheios me lembro bem daquele dia sem você na névoa máxima um grande buraco o que é negro e o que é a ausência? possuo um símbolo que me diz o que num mundo que apaga talvez
(emil shildt) luzes sibilantes fazem o dia amanhecer uma das direções do vento mudou me inclino em direção ao chão e visto o ralo escorre nele bem crua a verdejante covardia dos tolos chovem as razões que não querem pousar do alto das amendoeiras caem agora as lágrimas se espatifam no chão à procura de algum bem alguém dedilha sílabas, compreensíveis veludos de ouvido brilha já o céu na gota esparramada um dia é sempre o que vem atrás do outro
SERÁ QUE ALGUÉM PODE TER A DECÊNCIA DEISCÊNCIA? (abertura de suturas) DE RASGAR DINHEIRO?
o ideal é que os aniversários fossem semanais, mas a luxúria e voracidade do tempo não permitem. ele sempre foi assim. exigente. fora isso, os artigos cosmopolitas falam de uma língua em que os aniversários eram mensais. fiquemos como estamos, no modelo anual. pérolas surgem através da maciez do vento. em minas acontecem absurdos a cada hoje. sempre foi assim.
um poema para o engraxate charles bukowski o equilíbrio é preservado pelas lesmas que escalam os rochedos de Santa Mônica; a sorte está em descer a Western Avenue enquanto as garotas numa casa de massagem gritam para você, “Alô, Doçura!” o milagre é ter 5 mulheres apaixonadas por você aos 55 anos, e o melhor de tudo isso é que você só é capaz de amar uma delas. a benção é ter uma filha mais delicada do que você, cuja risada é mais leve que a sua. a paz vem de dirigir um Fusca 67 azul pelas ruas como um adolescente, o rádio sintonizado em O Seu Apresentador Preferido, sentindo o sol, sentindo o sólido roncar do motor retificado enquanto você costura o tráfego. a graça está na capacidade de gostar de rock, música clássica, jazz … tudo o que contenha a energia original do gozo. e a probabilidade que retorna é a tristeza profunda debaixo de você estendida sobre você entre as paredes da guilhotina furioso com o som do telefone ou com os passos de alguém que passa; mas a outra probabilidade