Que eu me permita fugir de qualquer coisa que se intitule vanguarda. Acrobatas futurísticos saltando sobre si mesmos em direção ao passado. Soldadinhos vigilantes do messiânico senhor “Novo”. Manufatura incansável de datas. Mesmice criativa escondida atrás de velhos hábitos. Ah, sim. Vanguarda. Do atraso. Servos obedientes das nomenclaturas vigentes. Casta de condenados à linha do tempo. Não há nada a frente. Mas dê um passo e você não está mais no mesmo lugar. Carcereiros do pensamento vivo, pulsante, que se projeta eterno e único. Intérpretes desajeitados da singularidade. Poetas da sua própria obsolescência. O carro novo, assim que sai da loja, perde 20% do seu valor de mercado. Existem camadas de histórias entranhadas na sua pele. Arte é. E só há o hoje pra criar.
preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...
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Parabéns.