Hoje acordei com pouca existência.
Quase transparente alma de biju.
Antes de desaparecer, abri a porta pro mundo dos gatos.
Comi deitada a manga da cabeceira.
Tapei a cara e o travesseiro.
Quem sabe transparecer mais.
Tirei a dúvida e o travesseiro.
O mundo continuava lá.
Ele continuava lá.
Tomei banho, escovei dente.
Não passei desodorante, nem hidratante.
Não escolhi roupa, não coloquei calcinha e dessa vez enxuguei o pé.
Insisti.
Não me vesti e não pendurei a toalha.
Rolei na cama.
Espreguicei minha mudez.
Ele se esgueirou por cima do lençol e perguntou.
Eu disse que sim.
Hoje acordei pra existência.
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