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quero escrever uma história doce em meio ao lixo

ao pântano

a pedra

ao inferno

pra começar tenho quatro unhas reticentes fincadas numa pele

pra continuar expulsei de mim a pele e sou toda extensão

eu também choro freqüentemente sem motivo

mentira, eu choro freqüentemente por motivos bobos e idiotas

as pessoas que choram costumam fazer isso

tem unhas que eu uso pra comer, beber, fazer carinho, cozinhar e acenar

a história que eu quero contar é sobre motivos bobos e idiotas

eu sou uma idiota tentando escrever, tentando viver

eu quero viver e escrever sobre a vida boba das plantas que nascem do pântano

eu quero nascer do lixo ou da pedra

eu quero uma história

eu quero ser doce

o inferno é uma lesma e se move devagar




Comentários

Luana Camará disse…
A vida sempre foi boa comigo.
Quando soube que o meu coração
estava carregado de sombras
e que ele só se alimentava de luz,
abriu uma janela em meu peito
para que por ela possam entrar
a negritude da noite,
o resplendor do orvalho,
o fulgor ds estrelas,
e o invisivel arco-iris do amor.
Anônimo disse…
Dri, muito lindo o seu blog. Agora, com computer novo, vou virar assídua (o meu, lixinho, nao dá nem tesão de navegar...). Adorei o Brubeck. Sua Whinehouse chegou. bjs. te adoro.

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preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...
pra tudo quanto é lado é uma porrada de gente querendo ser compreendida ao mesmo tempo que não tá nem um pouco afim de gastar o tempo necessário pra compreender ninguém, nem mesmo alguém que se acha importante demais pra ser visto, percebido por você, que já tá de saco suficientemente cheio de não ser compreendido por ninguém e por isso precisa antes de mais nada que te compreendam e é isso aí e foda-se porque só aí, eu vou poder te olhar. ter tempo de te olhar. você aí seu babaca, pode olhar pra mim agora. a ordem da compreensão é minha. o mundo é cão. e vai te dizer: quem é você? aí você vai renascer. esquece o cara que tava falando com você. senta. respira. fuma até um cigarro. fuma dois. e vai perceber que a parada que mais quer evitar no mundo é a rigidez e o medo. o medo do caralho que enfeia as vidas, as veias e as pessoas. o medo que machuca muita gente de morte. quero um tombo bem dado e sangrante. que doa de viver. que machuque de tesão. ...