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Pessoas esqueleto carne precisam de duas toneladas de ferro pra transportar seus quilos. De uma lugar à outro é que vamos em trânsito encontrar.

É fim de alguma coisa e por semanas se enumeram reuniões, despedidas, desmedidas, expectativas que balançam na balança.

Balanço com cordas presas em galhos de árvores fortes é que se precisa empurrar.

Já as barrigas empurram os anos em direção ao outro num deságüe que entorpece. O mundo de todo mundo atravessa o mundo e alguns abdomens que sempre se contorcem lá dentro. Da saída se fazem as costas, as mostras, um solo que recomeça noutro corpo aberto.

É uma estrada. E no fim e no começo e no meio e no fundo e no ralo, não importa o que se suponha nem o que aconteça, o que todo mundo quer é ser visto é ser amado. Vejo os amores estrangulados.

Vejo os amores tentando sair. Vejo turbilhões de gesso no nosso próprio exoesqueleto. Criado aos poucos dias perfeitos, um diante do outro, um que trás o outro.

Tem gente jogando e tem gente se jogando. Tem gente se jogando. Tem gente querendo, tem gente se machucando e a angústia é um gancho que te puxa pelo meio.

Os fins sucedem em começos. Finda um dia, finda um segundo, finda um ano, finda.

Tem planta pra botar na água. Tem um dia sendo feito.

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preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...
pra tudo quanto é lado é uma porrada de gente querendo ser compreendida ao mesmo tempo que não tá nem um pouco afim de gastar o tempo necessário pra compreender ninguém, nem mesmo alguém que se acha importante demais pra ser visto, percebido por você, que já tá de saco suficientemente cheio de não ser compreendido por ninguém e por isso precisa antes de mais nada que te compreendam e é isso aí e foda-se porque só aí, eu vou poder te olhar. ter tempo de te olhar. você aí seu babaca, pode olhar pra mim agora. a ordem da compreensão é minha. o mundo é cão. e vai te dizer: quem é você? aí você vai renascer. esquece o cara que tava falando com você. senta. respira. fuma até um cigarro. fuma dois. e vai perceber que a parada que mais quer evitar no mundo é a rigidez e o medo. o medo do caralho que enfeia as vidas, as veias e as pessoas. o medo que machuca muita gente de morte. quero um tombo bem dado e sangrante. que doa de viver. que machuque de tesão. ...