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luiza fazia extamente o que estava fazendo fazia tempo e por isso ninguém notava e porque também estavam sempre atrasados precisando se adiantar e sempre que adiantados precisando esperar alguma coisa que ainda precisa acontecer

menos luiza que fazia sempre o que estava fazendo e por isso ninguém a notava sempre ocupados sentindo sem parar sentindo sentindo sentindo ressentindo menos luiza que para eles perdia tempo espalhando o próprio tempo por tudo quanto é lugar porque não importa o que luiza fizesse, ela estava sempre e era sempre neste lugar e na cozinha, cozinhava ou lavava, ou comia ou sujava e na rua andava ou olhava, cumprimentava, admirava, comprava, respirava e no trabalho, trabalhava e na cama dormia, sonhava, bocejava, suspirava e suava e no banho molhava e na chuva dançava e no rio nadava e no sol esquentava e no amor amava porque para luiza lavar a louça leva exatamente o tempo de lavar louça e sempre que percebia estar um pescoço à frente ou um pescoço atrás luiza agia e da perspectiva em que estava olhava e via tudo o que via como via e pra tudo que via o quanto era bom e assim, só assim, luiza se recapturava sempre no mesmo exato instante porque o exoesqueleto de que era feita não combinava nem um pouco com o pouco à frente nem um pouco com o pouco atrás e quando lá estava luiza doía e por isso luiza parava e por isso luiza olhava

pra que tudo estivesse presente.

Comentários

Anônimo disse…
Lírico, tocante. Brinquemos sempre...
Anônimo disse…
Não canso de ler.

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