às vezes, quase sempre numa segunda-feira - embora, juro, não tem muito a ver com isso de início de semana não, nem mesmo com isso de início, inícios, embora já tivesse tido, mas agora não tem mais, o que significa que pode ser a qualquer momento até mesmo na segunda de manhã - sou assaltada por um medo desproporcional, apavorante, de tirar o fôlego, de absolutamente tudo. apavorante. angustiante, dilacerante, enorme. e a única coisa que eu consigo fazer é continuar ou enfrentar que é meio que respirar e se manter viva de alguma forma. eu não sei se isso é coragem ou covardia, eu só sei que é isso o que acontece. e o meu coração dispara.
preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...
Comentários
Bjs.
grande abraço,
a mesma moça