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uma profissão que eu gosto é a de construtor(a) de pontes
uma pessoa do entre
também gosto bastante de cavernas
que não tenham morcegos
mas mesas estalactites, está lá, gmites!
e algum fio de sol, uma boca que se abra pro fresco ar fresco e verde lá de fora
brisa
uma prancha de surf
amo também refogado, rebolado, salgadinho de sal, maresia, terra molhada, café, chuva!
e sol e só, e sol e chuva
mergulho
ando nas horas mortas do bairro e descubro que as horas mortas são as mais vivas
duas da tarde
silêncio e vida que pulsa re-pula re-pulsa e rescende, reacende
sexo
na mangueira, no mormaço, no latido,
uma vida suspensa na gota de uma corda bamba
uma corda de bamba
gosto de coisas estranhas
de gente estranha
das entranhas
das cavernas que possuem sempre uma saída
de luz

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Os estudos que levaram à descoberta de Robilou Manteiga foram conduzidos por Caíto Mainier, conhecido expedicionário, pesquisador da ética e descobridor de coisas novas. O texto abaixo, assim como a imagem de Robilou são de sua autoria, após sinistras observações da realidade. Por ser muito ético, Caíto reluta em divulgar essas informações com medo do extermínio de Robilous. Mas conseguimos convencer um colaborador de Mainier a nos fornecer este material. Não foi fácil, mas aí está. Nossos propósitos são autênticos e incluem a transmutação das incoerências. Observe, talvez você já tenha entrado em contato com uma dessas criaturas. E parece que existem outras. Abaixo a transcrição do relato de Caíto, realizado durante trabalho de campo. Robilou Manteiga Bichos Novos Você sabe tudo sobre o planeta? Não, não sabe e sabe que não sabe. Então aceita a possibilidade da existência de bichos novos. Os bichos novos são bichos, novos, que surgiram agora, ou que já estavam aí, mas ...
preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...