textículos / volume #2
bilola era o centro do seu mundo, um raríssimo caso de amor próprio de nascença, e por isso tudo que bilola fazia era legal, cool, beleza, principal e ótimo. bilola não precisava de ninguém, os outros é que precisavam de bilola e nunca vice-versa, mas apesar de todo esse sucesso estrondoso, bilola vivia um drama: o excesso de auto-estima, uma estranha e rara condição que acometia celebridades e cineastas do século vinte em diante. bilola ainda não era celebridade nem cineasta, mas era do século vinte. por isso, nos períodos de crise, foi orientada por seu médico a imitar tom cruise evitando principalmente espelhos, personal trainers e determinado tipo de pessoa. mas bilola era uma estrela num céu de escuridão e isso compensava tudo e ela sabia disso, sempre soube, e ainda sabia lavar e passar e chupar, por isso se segurou e sobreviveu bem, até terça-feira. o dia que voltou do salão, não se segurou e se amou demais. depois disso bilola foi pra um spa. e não se sabe como voltará, nem se voltará. a imprensa também não tem notícias. e não existe internet no spa. e isso será muito dificil.
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