a única forma dos nervos saírem da cor da pele é escrevendo, chutando poema pra frente, cuspindo na ordem exigente, viajando, viajando muito. pra qq lugar. no lugar. caranguejo com farofa e arroz integral. ser integral, acima de tudo viajar e relatar. pq é preciso. navegar. voar. levitar. nadar. nesse mar de coisa. criar criatura. ensandecer. incendiar. dançar. a luza do dia. da night. da hora. vc é da hora.
preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...
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