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ziriguidum iáiá. eu aprendo coisas em programas de culinária. meu vegetal preferido do momento é o brócolis, paixão que só se desenvolve com o tempo, assim como a por abobrinhas e afins. mandiocas se descascam na faca que olha pra frente que nem índio. a faca levemente inclinada, a lâmina pra fora em direção ao chão, as mãos firmes da floresta que a gente não vê. existem crianças maduras amantes de brócolis, mas não a minha. também sou feita de 95% de banana, principlamente passa e da terra grelhada e luto todos os dias para manter essa estatística. sonho finalmente me tornar 100% banana. vejo bêbados diários no bar da minha esquina e me encanto com eles. me encanto com tanta coisa besta. com o lugar em que na ausência de lugar eles preferem estar. na próxima tem mais bar mais gente fruteiro jambeiro barraquinha do frango PF PM ovo lavanderia portaria avenida mercado cervejinha hortifruti banca do homem que teve infarto e escapou, chaveiro da mulher que salvou o moço que cortou a perna com o vidro que carregava, língua com purê, coca de litro e meio, farmácia num tem graças a deus pé cheio de areia gringo doido brasileiro mendigo meu amigo. tem mamão brotando no canteiro seco. do outro lado a rua escorre pelo trânsito.

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preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...
pra tudo quanto é lado é uma porrada de gente querendo ser compreendida ao mesmo tempo que não tá nem um pouco afim de gastar o tempo necessário pra compreender ninguém, nem mesmo alguém que se acha importante demais pra ser visto, percebido por você, que já tá de saco suficientemente cheio de não ser compreendido por ninguém e por isso precisa antes de mais nada que te compreendam e é isso aí e foda-se porque só aí, eu vou poder te olhar. ter tempo de te olhar. você aí seu babaca, pode olhar pra mim agora. a ordem da compreensão é minha. o mundo é cão. e vai te dizer: quem é você? aí você vai renascer. esquece o cara que tava falando com você. senta. respira. fuma até um cigarro. fuma dois. e vai perceber que a parada que mais quer evitar no mundo é a rigidez e o medo. o medo do caralho que enfeia as vidas, as veias e as pessoas. o medo que machuca muita gente de morte. quero um tombo bem dado e sangrante. que doa de viver. que machuque de tesão. ...