abram seus armários e janelas e portas e passagens e frestas e atalhos e caminhos. se as vozes ficarem presas, elas desafinam. ofereçam ar a quem tem sede e comida boa a todos os passantes. os passos que se jogam nas esquinas são de tipos muito variados. todos dançantes. foram abolidas várias coisas supérfluas, do nada, como quem come canjica ou melão. o cheiro da chuva dessa vez vai chegar acompanhado do de mar e do de café. liliberdade, corpo de festa, raízes que ascendem e decolam porque não sabiam voar, mas sabiam roubar peixe do homem que manda. pontos brancos muito juntos formam páginas pra escrever. com poesia sempre acontece. com querer se amam as coisas todas. com vento é um ar que viaja e solta.
quando fotografo engulo ar minha pele faz fotossíntese basta um instante é possível ser viável me revolta a doença e a morte, mas não adianta de nada quando uma árvore toca o vento existe um movimento todo dia se nasce, se morre, se vive ler alberto caieiro até parar pra pensar o outono atabaques tocavam na porta do nascimento escreveu 30K como quem foge desejava acima de tudo a força do vácuo
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