eu olho assim e penso, meus deuses, todas as pessoas do universo inteiro estão absolutamente cheias de ternura, nem que seja laaaaaaá no fundo do buraco que tamparam com um monte de coisa tipo dinheiro viagem culpa roupa comida ilusão jóia teimosia loucura carro vício status doença dependência julgamento beleza glamour títulos risadas rosquinhas avestruzes etc. cada um com seu buraco. mas buracão bom é buracão tampado, diz a cartilha que o pessoal do laboratório que tira pressão de velhinhos e hipocondríacos na calçada em frente à disney, ops, digo farmácia, distribui. toma remédio, bem. vai te fazer bem. vai ter fazer sincero, calmo, feliz! hoje tinha fila lá. também fico pensando o que aconteceu, quando aconteceu e quanto tempo demorou pra acontecer desse buraco ficar tão cheio que o pessoal esqueceu da ternura, sufocada lá embaixo. fica muito mais fácil ver ternura na fotografia. hoje em dia pelo menos. porque o pessoal também tá com o hábito de esconder a ternura. sei não o por que das coisas, mas sei perguntar que é uma beleza. quando eu era pequena jogava tudo na cara. você é feio. me fizeram parar. não sei quem fui.
quando fotografo engulo ar minha pele faz fotossíntese basta um instante é possível ser viável me revolta a doença e a morte, mas não adianta de nada quando uma árvore toca o vento existe um movimento todo dia se nasce, se morre, se vive ler alberto caieiro até parar pra pensar o outono atabaques tocavam na porta do nascimento escreveu 30K como quem foge desejava acima de tudo a força do vácuo
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