daqueles dias em q as cigarras já cantam e o sol explode lá fora, mas ainda tem uma brisa fresca de chuva de ontem e mangas, muitas mangas, ainda verdes nos vários pés. sem sapato debaixo da mangueira q faz sombra na rede e na descida da colina q leva à rua principal, essa sim cheias de carros q deslizam em frente. não se sabe exatamente pra onde. só se sabe q é verão. e é pelo cheiro.
preciso de um tanto de realidade pra que eu possa me agarrar feito uma tabuinha de salvação de mentira e não simplesmente escorrer como agora entre as frestas e as pernas do que eu quero ser e do que efetivamente está guardado pra mim porque tem gente guardando pra você lugares que você não quer e você nem sabe disso. e uma das piores coisas é quando querem negar sua existência, fingir que você não existe, te isolar num lugar em que você não incomode o outro com suas dores e desejos. e daqui a pouco a mesma ação que te isolou aparece na sua frente em forma de mão querendo te comprar com uma migalha de existência e você tem fome mas sabe que agora é preciso recusar. esquálido o esqueleto faminto dança pra disfarçar a leveza e chora lágrimas escondidas onde ninguém é capaz de visitar. essas águas são feitas de tempo e corroem os horrores para além de algum lugar em que talvez seja possível regar. a violência é pura e bruta e brota de um sorriso com a facilidade com que quer te presentea...
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