foto da grande, querida amiga, alícia ferreira se só eu sei narrar isso é porque só eu vejo. eu vejo o vaso com três pequenas flores vermelhas e muitos brotos insatisfeitos ou incompletos e folhas verdes e gente amarela e maconha e vida e filme e coisa e agora. na parede de fundo colorido uma foto polaróide fora de foco grudada com um durex de bateria que anuncia uma vida útil de 12 horas e escrito por cima da foto a frase “contra o foco infinito” e a lemniscata pairando sobre tudo e aí a mesa de trabalho com um porta lápis da hello kitty e um relógio que diz hora, dia, data, temperatura, mês, ano, desejo. e eu e você queremos ir embora agora, mas queremos voltar amanhã e ser. e é isso aí. reflexos no vidro, sons no ouvido são egípcios e étnicos do inferno azul que me guia e você ri atrás de mim como uma japonesa cantora dos fios e desafios que desfio enquanto canto no canto do meu canto meu prazer de solver. dissolver.